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A RODA DOS ENJEITADOS


As rodas eram cilindros giratórios com uma grande cavidade lateral que se colocavam junto às portarias dos conventos. As rodas existiam sobretudo nos mosteiros de clausura mas também em alguns conventos. Inicialmente serviam de meio de comunicação entre o interior e o exterior do convento sem o contacto pessoal. Na abertura lateral, eram colocados donativos ou objectos pelas pessoas que se encontravam no exterior do convento. Após a colocação do donativo, aquele que se encontrava no exterior tocava uma sineta e a irmã "rodeira", no interior do convento, aí fazia girar a roda, retirando de seguida os donativos aí colocados.
Mais tarde começaram a colocar crianças enjeitadas ou fruto de ligações "inconvenientes". Estes "filhos de ninguém" eram, muitas vezes, filhos de raparigas pobres, fruto de relações proibidas, ou mesmo crianças encontradas por eremitas que as recolhiam e as educavam até as colocarem na Roda. 
Por vezes as mães dos enjeitados deixavam algumas marcas identificativas: fitinhas, pequenos bordados com monogramas, medalhinhas, a fim de, um dia mais tarde, as poderem recuperar. Quando atingiam a idade de aprendizagem, as crianças eram transferidas para a Casa Pia, uma instituição de acolhimento que as educava e preparava para a vida adulta. 
De tanto ser usada, a roda acabou por se tornar legítima chegando a ser oficializada nos finais do século XVIII e a receber a designação de Roda dos Expostos ou dos Enjeitados. O intendente geral da Polícia do Reino, Pina Manique, reconheceu oficialmente a instituição da roda, com o objectivo de pôr fim aos infanticídios e acabar com o horroroso comércio ilegal de crianças. A “roda dos enjeitados” sempre esteve presente, mas regressa agora de uma forma indirecta, em resposta à onda de abandono de bebés, no século XXI e com a necessidade da legalização do aborto.

2 comentários:

Mara Santos disse...

Boa noite!
Gostei da postagem, completa e bem informativaque nos revela uma triste realidade.
Beijo,
Mara

Josmael Bardour disse...

Obrigado Mara. Uma realidade do Século XXI, sintoma da sociedade que vivemos e que parece agravar-se.
Para si também, um beijo.