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CLEÓPATRA


Cleópatra VII Thea Filopator; nasceu em Alexandria, em Janeiro do ano 70 a.C. ou Dezembro do ano 69 e faleceu por suicídio a 12 de Agosto? do ano 30 a.C.; foi a penúltima rainha, faraó, da dinastia Ptolemaica fundada por Ptolomeu I Sóter, general que governou o Egipto após a conquista daquele país por Alexandre o grande da Macedónia, uma família macedónica que reinou no Egipto a partir do ano 323 a.C.
Cleópatra era filha de Ptolemeu XII Neos Dionisos (Ptolemeu Auletes), filho de Ptolemeu IX Sóter II. Ptolemeu XII Neos Dionisos teve, possivelmente, seis filhos: Berenice IV e Cleópatra Trifena, que tomaram o controlo do Egipto durante a ausência do pai, dois filhos de nome Ptolemeu (Ptolemeu XIII e Ptolemeu XIV), Cleópatra VII e uma outra filha de nome Arsínoe.

O nome Cleópatra significa "glória do pai", Thea significa "deusa" e Filopator "amada por seu pai". Alguns historiadores usam uma numeração diferente para as princesas e rainhas egípcias de nome Cleópatra, por exemplo, Edwyn Robert Bevan (1870-1943) enumera-a como Cleópatra VI.
Cleópatra VII, uma das mulheres mais conhecidas e enigmáticas da história da humanidade e uma das governantes mais famosas do Egipto, tendo ficado conhecida somente como Cleópatra, ainda que tenham existido várias outras Cleópatras, além dela, mas que a história quase nunca cita. Nunca foi a única detentora do poder, co-governou sempre com um homem a seu lado: o seu pai, o seu irmão, com quem casaria mais tarde e, depois, com o seu filho Cesarion "pequeno César", o polémico filho de Júlio Cesar e o último faraó da Dinastia ptolemaica do Egipto, supostamente mandado matar por Octávio em Agosto de 30 a.C., com 16 anos, depois de batalha naval de Áccio ocorrida em 2 de Setembro de 31 a.C.  perto de Actium na Grécia, durante a guerra civil romana entre Marco António e Octaviano, o primeiro imperador romano e herdeiro de Júlio César.

Cesarion passou os seus dois primeiros anos, 46 a.C - 44 a.C., em Roma, onde ele e a sua mãe eram convidados oficiais do governo romano, ou seja, de Júlio César. Mas quando o ditador foi assassinado, em 15 de Março de 44 a.C., ambos tiveram que retornar, apressadamente, ao Egipto. Cleópatra, em todos os casos, os seus companheiros eram apenas reis titulares, mantendo ela sempre a autoridade de facto. Cleópatra foi uma grande negociante, estratega militar, falava e escrevia em seis idiomas, conhecia filosofia, literatura, artes gregas e era assídua frequentadora da biblioteca de Alexandria.
Em 42 a.C., Marco António, um dos triúnviros que governava Roma, após o vazio governativo causado pela morte de César, convocou-a para um encontro em Tarso para ela lhe responder sobre a ajuda que prestara a Cássio, um dos assassinos de César e, portanto, inimigo dos triúnviros. Cleópatra chegou triunfal, com grande pompa e circunstância, o que encantou e apaixonou Marco António. Passaram juntos o inverno de 42 a 41 a.C. em Alexandria. Ficou grávida pela segunda vez, desta vez com gémeos que tomariam os nomes de Cleópatra Selene e Alexandre Hélio. Quatro anos depois, em 37 a.C., Marco António visitou de novo Alexandria, quando se encontrava numa expedição contra os partos. Recomeçou então a sua relação com Cleópatra, passando a viver em Alexandria. É possível que se tenha casado com Cleópatra segundo o rito egípcio (uma carta, citada por Suetónio leva a crer nessa hipótese), ainda que nessa altura estivesse casado com Octávia Júlio Turino, a Jovem, irmã do triúnviro Octávio o futuro imperador Augusto. Então, Cleópatra deu à luz outro filho, Ptolomeu Filadelfo.
Depois da batalha naval de Accio, onde Marco António e Cleópatra foram completamente derrotados, Octávio entrou triunfante em Alexandria, desejava conhecer e contemplar aquela beleza que tanto deslumbrou os melhores generais romanos. Cleópatra tentou seduzir o conquistador Octávio, mas não conseguiu. Octávio tinha um carácter frio e distante.
Cleópatra ficou apreensiva quando soube que Octávio queria levá-la como espólio de guerra para Roma. Reuniu todos os seus tesouros
entregou-os a Cesarion para fugir para o porto de Berenice, no Mar Vermelho, provavelmente pretendendo fazê-lo chegar à Índia, pela Etiópia, onde encontraria refúgio e fechou-se no palácio. Correram rumores de que a rainha se suicidara. Marco António, enlouquecido, atravessou o peito com uma espada. Quando já agonizava, chegou o secretário de Cleópatra a dizer que ela estava viva. Ele ainda teve forças para chegar ao pé da sua amada, mas morreu nos braços dela. Cleópatra suicidou-se pouco depois, dizem com o veneno de uma áspide: (como o final de Romeu e Julieta de Shakespeare).
O imperador Octávio respeitou o último desejo da rainha e depositou o corpo dela ao lado do de Marco António, cujos túmulos foram recentemente encontrados no templo Taposiris Magna, a 50km a oeste de Alexandria.
Os outros três filhos de Cleópatra e Marco António foram levados para Roma, e Octávia, que fora mulher deste, de bom grado os recebeu e educou. Eram filhos daquele que fora a sua grande paixão.

SEPTÍMIA ZENÓBIA


Zenóbia (Tibur - hoje Tivoli -, 274) foi uma rainha de Palmira - hoje, chamada de Tadmor - era uma antiga cidade na Síria central, localizada num oásis a cerca de 210 km a nordeste de Damasco. Palmira tornou-se parte da província romana da Síria durante o reinado de Tibério (14 d.C. - 37 d.C.). A cidade continuou a desenvolver-se e a ganhar importância até que se tornou uma cidade livre, sob o império de Adriano, em 129.
Zenóbia depois da morte do marido, Odenato, reinou em nome do filho Vabalato e fez de Palmira uma brilhante capital do Médio Oriente. Foi vencida e reduzida ao cativeiro pelo imperador romano Aureliano (273).
O marido de Zenóbia era o nobre palmiriano Odenato, que em 258 tinha sido promovido ao posto de cônsul de Roma, por causa da sua campanha bem-sucedida contra a Pérsia a favor do Império Romano. Dois anos depois, Odenato recebeu do imperador romano Galieno o título de corrector totius Orientis (governador de todo o Oriente). Isto foi em reconhecimento da sua vitória sobre o Rei Sapor, da Pérsia. Por fim, Odenato autodenominou-se "rei dos reis". Esses êxitos de Odenato podem em grande parte ser atribuídos à coragem e cautela de Zenóbia.
No século III, a sua rainha, Septímia Zenóbia criou alguns embaraços ao império romano ao autoproclamar-se rainha do reino de Palmira mas, em 272, o imperador romano Aureliano capturou-a e levou-a para Roma. Depois de a expor, numa parada triunfal, acorrentada a cadeias de ouro, deixou-a retirar-se para uma vila em Tibur (hoje, Tivoli, Itália) onde continuou a ter um papel activo, politicamente, durante anos.
Zenóbia era de descendência árabe semita, afirmou a rainha Cleópatra VII (a) do Egipto, sua ancestral; outra sua antepassada era Drusilla da Mauritânia, neta de Cleópatra Selene, filha de Cleópatra VII e Marco António. Drusilla também reivindicou o parentesco de uma irmã de Hannibal e de um irmão da rainha de Cartago, Dido. O avô de Drusilla era o rei Juba II da Mauritânia. A ancestralidade paterna de Zenóbia pode ser traçada em seis gerações, e inclui Gaius Julius Bassianus, pai de Julia Domna. 
"Ela tinha pele morena . . . Os seus dentes eram brancos como pérolas, e os seus grandes olhos negros brilhavam como fogo, suavizados pelo mais atraente encanto. A sua voz era forte e harmoniosa. O entendimento brioso de Zenóbia era fortalecido e adornado pelo estudo. Não desconhecia o latim, mas era igualmente perfeita nas línguas grega, siríaca e egípcia." Foi assim que o historiador Edward Gibbon em 1737 louvou Zenóbia, a rainha guerreira da cidade síria de Palmira.

a) Não confundir com Cleópatra VII Thea Filopator, também denominada Cleópatra VI.

ORIANA FALLACI UMA MULHER A NÃO ESQUECER.


Oriana Fallaci nasceu em Florença a 29 de Junho de 1929. O seu pai, Edoardo, foi um activo antifascista partigiano e já aos 10 anos, Oriana estava envolvida com a Resistência Italiana, participando no movimento clandestino "Giustizia e Libertà". Durante a ocupação de Florença pelos nazis, o pai foi capturado e torturado na "Villa Triste", onde funcionava uma secção da Gestapo (polícia política alemã), também utilizada como cárcere e lugar de torturas, até à libertação de Florença, em Setembro de 1944. Pela sua participação na Resistência, Oriana foi condecorada, aos 14 anos, pelo Exército Italiano resistente.
Oriana iniciou a sua carreira de jornalista aos 16 anos, trabalhando como colaboradora de jornais locais e posteriormente como enviada especial da revista semanal L'Europeo, fundada em 1945. 

Em 1967 trabalhou como correspondente de guerra para L'Europeo no Vietname. Retornou ao país por 12 vezes em 7 anos, para narrar a guerra, sem fazer concessões partidárias, nem aos comunistas, nem tampouco aos americanos ou sul-vietnamitas. As suas experiências de guerra estão reunidas no livro "Niente e così sia" publicado em 1969.
Ao longo de sua carreira realizou importantes entrevistas com algumas das mais importantes personalidades do século XX, dentre as quais se destacam: Henry Kissinger, o Ayatollah Khomeini, Lech Wałęsa, Willy Brandt, Zulfikar Ali Bhutto,Walter Cronkite, Muammar al-Gaddafi, Federico Fellini, Sammy Davis, Jr., Deng Xiaoping, Nguyen Cao Ky, Yasser Arafat, Indira Gandhi, Alexandros Panagoulis, Wernher von Braun, o Arcebispo Makarios, Golda Meir, Nguyen Van Thieu, Haile Selassie e Sean Connery.

Sofrendo de uma doença incurável, que chamou de "Alien" e atribuída às exalações de gases tóxicos provenientes dos poços petrolíferos explodidos por Saddam Hussein, que tinha respirado no Kuwait, Oriana Fallaci faleceu a 15 de Setembro de 2006, em Florença, numa casa de repouso de "Santa Chiara" com a idade setenta e sete anos.
http://www.italialibri.net/autori/fallacio.html

A LIBERDADE DE PENSAR E O DIREITO DE SER MULHER


Hipácia de Alexandria foi uma matemática e filósofa neoplatónica, nascida aproximadamente em 355 e assassinada em 415. Hipácia era uma filósofa de origem pagã num meio conflituoso predominantemente cristão. Os neoplatónicos não acreditavam no mal, negavam que este pudesse ter uma real existência no mundo, uma visão optimista em crer que tudo era bom, em última instância. Era dizer apenas que algumas coisas eram menos perfeitas que outras. O que outros chamavam de mal, os neoplatónicos chamavam de imperfeição, de "ausência de bem"; acreditavam que a perfeição humana e a felicidade poderiam ser obtidas neste mundo e que ninguém precisaria esperar uma outra vida redentora como na doutrina cristã. Perfeição e felicidade (uma só e a mesma coisa) poderiam ser adquiridas pela devoção à contemplação filosófica. Situando Hipácia na história decorria o tempo em que era imperador de Roma Flávio Honório (395/423), uma peça chave do fim do império romano do ocidente.
Hipácia era filha de Téon (335?405), um renomeado filósofo, astrónomo, matemático, autor de diversas obras, professor e último director da biblioteca de Alexandria, contemporâneos da biblioteca e do célebre farol da Ilha de Pharos cuja funcionalidade é ainda uma incógnita para muitos investigadores cujas informações da sua arquitectura e funcionamento terão desaparecido nos vários atentados a tudo o que representava conhecimento tido como origem pagã, no tempo das convulsões cristãs e judaicas. Cerca de 560 anos antes da morte de Hipácia a estátua do Colosso da Ilha de Rodes tinha desaparecido no golfo de Rodes no mar Egeu em consequência de um violento terramoto, a mesma zona sísmica que mais tarde, em 1302 poria fim à imponência do farol de Alexandria submerso no mediterrâneo até ser descoberto em 1994.
Hipácia estudou na Academia de Alexandria, onde devorava conhecimento: matemática, astronomia, filosofia, religião, poesia, artes, oratória, retórica, álgebra. Era na Ágora, espaço público da pólis, destinado à discussão política e à apresentação das artes onde ela assistia e discutia as suas ideias sobre astronomia heliocêntrica. Hipácia foi atacada em plena rua por uma turba fraccionária de cristãos enfurecidos, foi arrastada pelas ruas da cidade até uma igreja, acusada de bruxaria onde foi cruelmente torturada até à morte. Depois de morta, o corpo foi lançado a uma fogueira, tudo isto aconteceu pouco tempo depois de Orestes, prefeito da cidade, ter ordenado a execução de um monge cristão chamado Amónio, acto que enfureceu o bispo Cirilo e seus correligionários. Devido à influência política que Hipácia exercia sobre o prefeito, é bastante provável que os fiéis de Cirilo a tivessem escolhido como uma espécie de alvo de retaliação para vingar a morte do monge, neste período em que a população de Alexandria (pagãos, judeus e cristãos) era conhecida pelo seu carácter extremamente violento.
 Representação de Hypatia pintura de Charles William Mitchell - 1885