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A CONEXÃO RÁPIDA, CRÍTICA, ENTRE A IMAGEM E A PALAVRA.

O MUNDO E CONTROVÉRSIA.

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NATÁLIA CORREIA

AUTO-RETRATO
 
Espáduas brancas palpitantes:
asas no exílio dum corpo.
Os braços calhas cintilantes
para o comboio da alma.
E os olhos emigrantes
no navio da pálpebra
encalhado em renúncia ou cobardia.
Por vezes fêmea. Por vezes monja.
Conforme a noite. Conforme o dia.
Molusco. Esponja
embebida num filtro de magia.
Aranha de ouro
presa na teia dos seus ardis.
E aos pés um coração de louça
quebrado em jogos infantis.
 
                      Natália Correia
Hoje  quero com a violência da dádiva interdita.
Sem lírios e sem lagos
e sem o gesto vago
desprendido da mão que um sonho agita.
Existe a seiva.
Existe o instinto.
E existo eu
suspensa de mundos cintilantes pelas veias
metade fêmea metade mar como as sereias.
Natália Correia


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