Pesquisar neste blogue

PROPÓSITO

A CONEXÃO RÁPIDA, CRÍTICA, ENTRE A IMAGEM E A PALAVRA.

O MUNDO E CONTROVÉRSIA.

A ARTE E A POESIA SOBRE A MESA.

A LIGAÇÃO A OUTROS BLOGUES.

PORTUGAL IMAGES:

PORTUGAL IMAGES:
ENTRER ... LA PORTE EST OUVERTE.

DUBITO ERGO COGITO ERGO SUM

DUBITO ERGO COGITO ERGO SUM
CLICAR NA IMAGEM

Páginas

POESIA DE MANUEL BANDEIRA

A MORTE ABSOLUTA

Morrer.
Morrer de corpo e de alma.
Completamente.

Morrer sem deixar o triste despojo da carne,
A exangue máscara de cera,
Cercada de flores,
Que apodrecerão - felizes! - num dia,
Banhada de lágrimas
Nascidas menos da saudade do que do espanto da morte.

Morrer sem deixar porventura uma alma errante...
A caminho do céu?
Mas que céu pode satisfazer teu sonho de céu?

Morrer sem deixar um sulco, um risco, uma sombra,
A lembrança de uma sombra
Em nenhum coração, em nenhum pensamento,
Em nenhuma epiderme.

Morrer tão completamente
Que um dia ao lerem o teu nome num papel
Perguntem: "Quem foi?..."

Morrer mais completamente ainda,
- Sem deixar sequer esse nome.

Manuel Bandeira

http://www.astormentas.com/bandeira.htm

Sem comentários: