![](https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEil1GUtGWswT0u129b3W0zinA8fDI9orstarq1mb5cVSP2go64JQjHpHoDOAU2Uzc82LvTYSFvNTxUWnW35CneEedIzqFU7Qc9gF-_0oHrgVNie3vZFB0W5Jn1QXHFjwVhC02VoNe8SY-w7/s320/Guilhermesanta-ritacabeca.jpg)
Último Soneto
Que rosas fugitivas foste ali!
Requeriam-te os tapetes, e vieste...
- Se me dói hoje o bem que me fizeste,
É justo, porque muito te devi.
Em que seda de afagos me envolvi
Quando entraste, nas tardes que apareceste!
Como fui de percal quando me deste
Tua boca a beijar, que remordi...
Pensei que fosse o meu o teu cansaço -
Que seria entre nós um longo abraço
O tédio que, tão esbelta, te curvava...
E fugiste... Que importa? Se deixaste
A lembrança violeta que animaste,
Onde a minha saudade a Cor se trava?...
Mário de Sá-Carneiro
Sem comentários:
Enviar um comentário