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PROPÓSITO

A CONEXÃO RÁPIDA, CRÍTICA, ENTRE A IMAGEM E A PALAVRA.

O MUNDO E CONTROVÉRSIA.

A ARTE E A POESIA SOBRE A MESA.

A LIGAÇÃO A OUTROS BLOGUES.

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PANTEÃO NACIONAL (história)


Lenda das Obras de Santa Engrácia

Diz a lenda que Simão Pires, um cristão-novo, cavalgava todos os dias até ao convento de Santa Clara para se encontrar às escondidas com Violante. A jovem tinha sido feita noviça à força porque o seu pai não estava de acordo com o amor de ambos.
Um dia, Simão pediu à sua amada para fugir com ele. No dia seguinte, Simão foi acordado pelos homens do rei que o vinham prender acusando-o do roubo das relíquias da igreja de Santa Engrácia, que ficava perto do convento. Para não prejudicar Violante, Simão não revelou a razão porque tinha sido visto no local. Apesar de invocar a sua inocência foi preso e condenado à morte na fogueira. A cerimónia da condenação tinha lugar junto da nova igreja de Santa Engrácia, cujas obras já tinham começado. Quando as labaredas envolveram o corpo de Simão, este gritou que era tão certo morrer inocente como as obras nunca mais acabarem.
Certo é que as obras da igreja iniciadas à época da execução de Simão pareciam nunca mais ter fim. De tal forma, que o povo se habituou a comparar tudo aquilo que parece não ter fim às obras de Santa Engrácia.

A CONTINUIDADE

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ESTE BLOGUE ESTÁ A SER REMODELADO EM VIRTUDE DO ENCERRAMENTO DA WINDOWS LIVE SPACES,  A 16 DE MARÇO PRÓXIMO.
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PÁSSARO CAÍDO

DEDICADO A LUNA:
Sou pássaro caído em desertos de areia;
Casca ressequida por mares percorridos.
Que vomita palavras que o vento meneia...
Sou alma perdida… dos tempos sofridos...!
JMBD - Montijo, 19/02/2011  


ERRÁTICO



Dedicado a Lou Albergaria: 

Errática, minha luz dispersa-se no infinito irregular.
Sou rocha, sou gelo que transporto pelos vales da incerteza.
Sou jogo lúdico que me afasta ou prende, sei lá quando...!?
Numa coisa ou noutra, me enredo, me arrasto ou liberto.
E na infinita incerteza da minha libertação, espero…
Estático, no lúdico jogo da existência aparecem sombras...
Transporto a minha luz, presa no interior da essência; 
A minha dor, alegrias e incertezas até ao fim do tempo.
JMBD, in incertu - 19/02/2011
   

JUAN DURÁN, PINTOR COLOMBIANO

Presentamos la obra del Maestro Juan Durán, sorprendidos no solo por la técnica, el estilo y la forma, sino por la magia de sus obras, donde en cada pintura se observa la forma contemporánea de percibir el mundo desde otras concepciones de la ciencia, la tecnología y la innovación. 

 Se trata de un estilo propio e irreverente que empieza a abrirse camino en el mundo de la cultura y dará de que hablar en los próximos años.


El Maestro Durán es profesional de la Universidad Industrial de Santander, se especializó en la Universidad Antonio Nariño y en la Universidad Autónoma de Bucaramanga, curso sus estudios de Maestría en la Universidad Santo Tomas. 
 Entre sus obras se encuentra "El Inicio del Comienzo" lienzo de estilo conceptual que le permite al público entrar en un instante en el comienzo de las cosas, sea cual sea la cosa, descubriendo en los trazos, lo fugaz que el inicio es cuando empiezan las cosas.
 
La profundidad y mezcla de colores, hacen de esta obra una maravilla de las artes plásticas.








ROBERTO CARLOS (biografia)


http://www.youtube.com/watch?v=nzT5ZaM9A0c

AS SOMBRAS INCÓGNITAS

Decreta-se:
Que a partir de agora, o dia passa e ser noite,
Noite escura… eterna sem estrelas.

A partir de agora:

Só nascem meninos com “pilinhas” compridas
E as meninas passam a tê-las, mas curtas.

É proibida a amizade;
É proibida a fraternidade;
É proibida a comunicação!

E as mãos dadas …

O G passa a ser A,
A 1ª letra do alfabeto.
Mas se o G for Z é um desastre!

A partir de agora:

A voz do desespero,
Proíbe o calor do Sol.
É proibido o arco-íris e as outras cores...

A partir de agora:

Sem luz, fomenta-se a
Escuridão e o silêncio.

Não é permitida a voz da razão!

O ódio, o rancor, a desconfiança,
o ciúme passam a ser obrigatórios.

A competição sub-reptícia
Passa a ser apanágio da urbe,
E é premiada (com um automóvel).

Os porcos passam a ter asas,
escuras asas de dragão,
Asas longas, da pobreza!...
Vampiros de sangue morno,
sobrevoam os templos.

Os muros edificam-se e dividem:
A lógica, o espaço e a imaginação! ...
A partir de agora o homem passa a ser
Para sempre, como foi…
Igual a si mesmo!
JMBD

PÁSSARO MÁGICO

PARA ALÉM DO UNIVERSO


Os universos paralelos são uma hipótese física que entram em jogo na existência de múltiplos universos ou realidades mais ou menos independentes.  
O desenvolvimento da física quântica, na busca de uma teoria unificada  (teoria quântica da gravidade), juntamente com o desenvolvimento da teoria de cordas, tem sugerido a possibilidade da existência de múltiplas dimensões e universos paralelos formando um multiverso.

BOCAGE - MANUEL MARIA BARBOSA DU BOCAGE (video)


            Bocage nasceu em Setúbal a 15 de Setembro de 1765. Foi um poeta português entre os maiores.
            Brigão, brejeiro é ainda hoje mal conhecido. Com efeito, a sua imagem estereotipada, muito difundida entre o vulgo, continua a ser de um mero vadio sem vergonha, de réplica imediata, cáustica e grosseira. Em 1779, Bocage é cadete no 7º de Infantaria de Setúbal. Acaba por partir para Goa. Admirava Camões e sentia-se irmanado com ele nas desventuras amorosas e nas viagens pelo Oriente, tendo estado em Damão e Macau. Pré-romântico, foi amigo da Duquesa de Alorna e de Filinto Elísio, todos da Nova Arcádia. Em 1790, estava de regresso a Lisboa, que era onde se sentia bem, pelas bandas do Café Nicola ou pelo “Agulheiro dos Sábios” no Botequim das Parras, ao Rossio.
           Temos que reviver Bocage e a sua época no reinado de D. Maria I: o resquício dos ódios contra o Marquês de Pombal, ainda era muito aceso; os conflitos com a Espanha no Brasil; o conflito entre a Inglaterra e a América pela independência; e a Revolução Francesa traziam para Portugal lufadas de ideais novos.
            A última metade do Sec. XVIII foi revolucionária. O iluminismo Pombalino havia carreado uma mudança radical em termos de pensamento. O despotismo iluminado provocaria a nivelação de todas as classes sociais perante o poder do rei. Os esbirros de Pina Manique, polícia secreta, popularmente conhecidos pelos “as moscas” tentavam em vão impedir essas mudanças.
Na sua incondicional veneração por Camões, Bocage comparando com os dele os seus próprios infortúnios, escrevia:

Camões, grande Camões, quão semelhante
Acho teu fado ao meu quando os cotejo!
Igual causa nos fez perdendo o Tejo
Arrostar com sacrílego gigante:

Como tu, junto ao Ganges sussurrante
Da penúria cruel no horror me vejo;
Como tu, gostos vãos, que em vão desejo,
Também carpindo estou, saudoso amante:

Ludíbrio, como tu, da sorte dura,
Meu fim demando ao Céu, pela certeza
De que só terei paz na sepultura:

Modelo meu tu és... Mas, ó tristeza!...
Se te imito nos transes da ventura,
Não te imito nos dons da natureza.

          Bocage, para além de uma imensa e bela poesia lírica, compôs poemas de carácter erótico, burlesco e satírico, contemplando pessoas do regime, tipos sociais e o clero, facto que não agradou obviamente ao poder. Poemas como "Liberdade, onde estás? Quem te demora?", "Liberdade querida e suspirada", "Pavorosa Ilusão da Eternidade" ou um outro em que faz explicitamente o louvor de Napoleão, paradigma da revolução francesa. As críticas do Papa conduziram-no à prisão, por crime de lesa-majestade. No Limoeiro, vivendo em condições infra-humanas, moveu as suas influências e beneficiou da amizade do ministro José de Seabra da Silva e da sua popularidade. Três meses mais tarde, era entregue à Inquisição, já sem o poder discricionário que outrora tivera, sob a acusação de impiedade. Dos cárceres da Inquisição passou para o Mosteiro de S. Bento, como comprova o respectivo diário, referente a 1798 no qual se lê assim:
"A 17 do presente mês de Fevereiro foi mandado para este Mosteiro pelo Tribunal do Santo Ofício o célebre poeta Manuel Maria Barbosa du Bocage, bem conhecido nesta corte pelas suas poesias e não menos pela sua instrução. Tinha sido preso pela Intendência, e ele reclamara para o Santo Ofício, onde esteve até ser mandado para este Mosteiro." No mesmo livro, no capítulo relativo ao mês de Março, é mencionado o facto de o Abade do Mosteiro ter recebido uma carta do Tribunal do Santo Ofício, dando por finda a reclusão do poeta, por determinação de sua Majestade, e exigindo a sua transferência para o Hospício das Necessidades. Tudo leva a crer que o escritor fora tratado com excessiva brandura no Mosteiro de S. Bento, incompatível com a "reeducação" que Pina Manique animosamente prescrevera. A 22 de Março de 1798, Bocage deu entrada no Hospício das Necessidades, em regime de vigilância apertada, sem poder, segundo ofício de Pina Manique, "sair fora sem nova ordem, nem comunicar com pessoa alguma de fora, à excepção dos Religiosos Conventuais, andando em liberdade no mesmo Hospício, sem que venha abaixo às Portarias e à mesma Igreja, e nas horas de recreação poderá ir à Cerca na companhia dos Religiosos e Conventuais e assistir no Coro a todos os ofícios". Acrescentava ainda o ditador: “O Príncipe nosso Senhor espera que com estas correcções que tem sofrido tornará em si e aos seus deveres, aproveitando os seus distintos talentos com os quais sirva a Deus nosso Senhor, a S. Majestade e ao Estado, e útil a si, dando consolação aos seus verdadeiros amigos e parentes, que o vejam entrar em si verdadeiramente, abandonando todos os vícios e prostituições em que vivia escandalosamente."
Pouco durou esta reclusão. Mais uma vez o seu carisma e o seu reconhecido talento prevaleceram. Porém, a saga de Bocage com a Inquisição reacendeu-se em 1802, tendo sido aberto novo processo por denúncia feita por Maria Theodora Severiana Lobo que o acusava de pertencer à Maçonaria. Por falta de provas e provavelmente devido à saúde fragilizada do escritor - sequelas da enxovia do cárcere - o referido processo, que pode ser consultado na Torre do Tombo, foi arquivado. Um último aspecto é digno de menção: a censura perseguiu Bocage durante toda a sua vida. Muitos versos foram cortados, outros ostensivamente alterados, houve poemas que só postumamente viram a luz do dia. Compreende-se plenamente o seu anseio desesperado: "Liberdade, onde estás? Quem te demora?"
         Ao aproximar-se a hora da morte, alguém escreveu por ele: (...) Rasga meus versos. Crê na eternidade.
          Assim se completa o poema:

Já Bocage não sou!... À cova escura
Meu estro vai parar desfeito em vento...
Eu aos céus ultrajei! O meu tormento
Leve me torne sempre a terra dura.

Conheço agora já quão vã figura
Em prosa e verso fez meu louco intento.
Musa!... Tivera algum merecimento,
Se um raio da razão seguisse, pura!

Eu me arrependo; a língua quase fria
Brade em alto pregão à mocidade,
Que atrás do som fantástico corria:

Outro Aretino fui... A santidade
Manchei!... Oh! Se  me creste, gente ímpia,
Rasga meus versos, crê na eternidade!

          Bocage faleceu a 21 de Dezembro de 1805, apenas com 40 anos, vítima de doenças adquiridas na enxovia dos cárceres, na travessa de André Valente e foi sepultado no cemitério do Igreja das Mercês em Lisboa, (seis anos após o término da Revolução Francesa).

         Na sua estátua, no Largo do Bocage, em Setúbal vê-se pendente um manto. Conta-se que lhe deu um admirador, para se proteger do frio: Dizia ele, que não mandava fazer o fato por estar à espera da última moda.

         Bocage determinou o neoclássico para o romantismo. Cantava as suas poesias eróticas em linguagem vernácula; eram as canções brasileiras, cantadas à guitarra ou à viola, desde as reuniões de família, até às orgias dos botequins. Todos os poetas davam à porfia letras para estas árias, e Manuel Maria, como “Bocage”  que era ordinariamente conhecido, não foi dos menos pródigos. Demais, o poeta, que sempre sonhava parecer-se no seu destino com o de Camões, do qual invejava a imorredoura glória, comparava a sua mocidade livre com a que ele tivera, e pensava porventura que também Camões na corte compunha e recitava versos, requestava donzelas, e cantava a Natércia. Camões tinha ido ao Oriente, Bocage foi também.

         No ano de 2005, em Setúbal, comemoram-se 200 anos sobre a morte do poeta setubalense. A tertúlia "Eis Bocage... Conversas de Botequim". Um taberneiro de outros tempos vestido a rigor, poesia, música e petiscos regionais, já fazem parte das comemorações bocagianas, anuais, em Setúbal".
  
Magro, de olhos azuis, carão moreno, 
Bem servido de pés, meão na altura,
Triste de facha, o mesmo de figura,
Nariz alto no meio, e não pequeno;

Incapaz de assistir num só terreno,
Mais propenso ao furor do que à ternura,
Bebendo em níveas mãos por taça escura
De zelos infernais letal veneno;

Devoto incensador de mil deidades
(Digo, de moças mil) num só momento,
E somente no altar amando os frades;

Eis Bocage, em quem luz algum talento;
Saíram dele mesmo estas verdades
Num dia em que se achou mais pachorrento.


Um mercador da Rua dos Fanqueiros deu a Bocage um corte de briche fino, para ele mandar fazer um fato, em paga de uma bela ode que o poeta dedicara aos anos da filha do mercador. Bocage, que não tinha dinheiro para o feitio da roupa, embrulhou-se na fazenda como se fora um xaile-manta e foi, passados oito dias, agradecer a dádiva ao mercador.
- Então, Bocage – perguntou-lhe o lojista muito admirado –, não mandaste fazer o fato?
- Hei-de mandar, hei-de mandar – respondeu o poeta –, mas ando a ver primeiro em que param as últimas modas …
 LARGO DO BOCAGE EM SETÚBAL

COMPOSIÇÃO DE JOSÉ DOURADINHA (elementos retirados na Torre do Tombo)

IMAGEM DE UM SONHO

A VERDADE

LUÍS VAZ DE CAMÕES (video)


Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente;
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;

É um não querer mais que bem querer;
É solitário andar por entre a gente;
É nunca contentar-se de contente;
É cuidar que se ganha em se perder;

É querer estar preso por vontade;
É servir a quem vence, o vencedor;
É ter com quem nos mata lealdade.

Mas como causar pode seu favor
Nos corações humanos amizade,
Se tão contrário a si é o mesmo Amor?
 
                      Mais poesias: Luís de Camões

http://www.youtube.com/watch?v=WMkp3j7Mqxw